POR UMA BIBLIOTECA VIVA COMUNITÁRIA NA OCUPAÇÃO MANOEL ALEIXO

Originalmente publicado en: https://labsbibliotecarios.es/proyecto/por-uma-biblioteca-viva-comunitaria-na-ocupacao-manoel-aleixo-laboratorio-cidadao-experiencias-do-habitar-a-casa-e-a-cidade/

A Rede Beija-flor de Pequenas Bibliotecas Vivas de Santo André convida a todos os interessados a participarem da instalação da Biblioteca Viva Comunitária da Ocupação Manoel Aleixo por meio de inscrição de projetos.

Esta atividade é realizada no âmbito do programa Laboratorios ciudadanosEspacios donde los ciudadanos pueden encontrarse para  experimentar y colaborar en la puesta en marcha de proyectos y acciones que mejoren el dí... distribuidos. Innovación ciudadana en bibliotecas y otras instituciones culturales do Ministerio de Cultura y Deporte (España) e Medialab Prado (Madrid), com a colaboração de Iberbibliotecas. E, tem como parceiros Biblioteca Mundo dos Livros, Centro Cultural Dona Leonor, SP Leituras.

Tema e objetivos do laboratório

 

Trata-se de experiência que pretende fazer da biblioteca um laboratório cidadão, lugar de experiência, de produção coletiva de ações voltadas para o enfrentamento dos desafios que uma ocupação exige, de forma a criar um espaço dentro dela, como protótipo de lugar de encontro entre os que ocuparam o prédio e os que os apoiam para a produção de um jeito mais humano e solidário de habitar a casa e a cidade.

Esse objetivo se coloca porque ocupar um espaço é o primeiro passo para muitos que se encontram em situação de vulnerabilidade, seja por falta de moradia digna, por razões de violência, de ameaça iminente decorrente de inúmeras outras razões.

Mas, habitar é mais do que ocupar. Exige esforço e capacidade de agir para dar sentido ao espaço ocupado, à cidade onde está.

Se o primeiro passo foi revelado pela capacidade de ocupar, os próximos passos foram e são os da produção de sentidos para a casa ocupada (lugar íntimo, de exílio). E, produção de sentido para a própria cidade, no seu sentido mais pleno do direito à cidade: mais humana, solidária e diversa. Coisas que os ativistas da Ocupação Manoel Aleixo já vêm fazendo.

Nesses processos de ocupação e de habitar, o íntimo e o público, o individual e o coletivo, o fora e o dentro se cruzam. Em meio às ações que já estão em andamento, conduzidas pelos moradores da Ocupação, pretende-se implantar uma biblioteca que seja ao mesmo tempo laboratório cidadão[1], lugar de produção de experiências do habitar a casa e a cidade.

Na instalação da biblioteca como laboratório cidadão e como lugar de múltiplas linguagens tem-se como objetivos:

  • Criar, dentro da ocupação, um protótipo de biblioteca com arquitetura que preveja o encontro de diferentes grupos, envolvendo moradores e apoiadores, para discutir projetos marcados pela solidariedade, respeito ao outro, diversidade que visem melhorar a vida daqueles que habitam a Ocupação e que tenham o desejo de aprender e compartilhar conhecimentos.
  • Propor projetos culturais que tenham como eixos centrais:
  1. a preocupação com o habitar a casa e a cidade;
  2. a utilização de múltiplas linguagens para abordar diferentes temas de interesse dos moradores da ocupação.

 

A quem interessa?

Esta chamada é dirigida a:

– Arquitetos e estudantes de arquitetura.

– Profissionais da área da cultura (teatro, dança, música, palhaçaria, figurino, artes plásticas, mediação de leitura, fotografia, vídeo e cinema, literatura, entre outros).

– Educadores formais e informais.

– Profissionais das mais diferentes áreas que consideram que têm contribuições a compartilhar.

Dentre as propostas enviadas serão selecionadas no máximo 4 (quatro).

Uma vez selecionadas as propostas, será aberta uma convocatória por meio de edital, destinada a todos aqueles que queiram colaborar para torná-las realidade. Para isso, serão formados grupos de trabalho constituídos pelo promotorPersonas o colectivos que presentan la propuesta inicial del proyecto. Deben integrar a las diferentes personas interesadas en colaborar y estar abier.../proponente da ideia e pelos colaboradores inscritos – no máximo 5 (cinco).

[1] Para se aproximar da concepção de laboratório cidadão utiliza-se aqui trecho escrito por Savazoni: “como um viveiro de práticas comunitárias, (…) construídos na encruzilhada da alteridade, onde pode-se conviver a partir e nas diferenças que nos constituem, praticando saídas de baixo para cima para nossos problemas. (…) marcado pelo atravessamento de mundos e pelo esforço de permanente abertura. É um espaço-tempo onde a experiência seja possível, e onde a produção de conhecimento se enriqueça com as singularidades envolvidas (op cit Lafuente, Parra, Fressolli, 2017)” (2019, p. 4 e 8).